maio 21, 2007

Esforço

[«] A meu ver, a questão, ou distinção, mente-cérebro não é um pseudo-problema. Defendo que é limitativo monopolizar o conceito de saber pensar ao ser humano. Se partíssemos desse pressuposto então, provavelmente, não existiria questão. Parece evidente que o corpo que «encerra» a mente (seja por ser indissociável fisicamente ou por sê-lo culturalmente) é estruturante na forma como se processa o pensar. Tanto pelos tipos de sentidos que possuímos - que nos filtram a informação possível sobre o exterior - como pela capacidade cognitiva potencial do nosso sistema nervoso central. Por exemplo, um cão e um Homo Neanderthalensis terão forçosamente de pensar de forma diferente. Mas quais os pontos de contacto? Será mesmo impossível comunicar com um leão, por exemplo? Com primatas são relatadas experiências no uso da linguagem de surdos-mudos de uma sofisticação desarmante. A comunicação inter-espécies existe e continuamos a não saber quão longe podem estar as planícies genéticas/culturais para que uma comunicação elaborada ocorra. Mas isto não é de admirar: o nosso esforço neste sentido não tem sido muito.

Sem comentários: