maio 11, 2007

Distinção

Uma questão fulcral na odisseia da cognição é entender as diferenças entre o conceito físico que a sustenta - o cérebro - e a parte «virtual» onde se insere - a mente. Esta distinção, sem ser devidamente explorada, pode levar-nos às estradas mais ou menos estéreis típicas do aprofundar de um equivoco. Não tenho sequer a certeza que haja apenas duas respostas possíveis à pergunta «é possível pensar sem um cérebro?» porque essencialmente associamos ao acto de «pensar» demasiadas características humanas. A pergunta poderá estar contaminada por uma associação antropocêntrica que nos impeça uma resposta verdadeiramente útil e não apenas uma confirmação deste nosso, duvidoso, estatuto especial. Porém, ao reformular a pergunta num seu equivalente (para a maioria das pessoas, pelo menos) «é possível pensar sem um cérebro de Homo Sapiens?», tenho a forte convicção que a resposta é negativa. Mas que implicações estariam contidas num «sim» ou num «não» à primeira pergunta?

[este é o primeiro de um conjunto de textos sobre cognição publicados por mim no WebQualia, aqui revistos e adaptados]

Sem comentários: