novembro 25, 2010

Teoria de Grafos

A rede social determina os seus individuos e enreda-os, sob pena de isolamento e evaporação, num comportamento dito normal. Quanto maior for o grau de ligação aos outros, quantas mais dependências se formarem, menor a mobilidade, menor a escolha de opções 'perigosas' ou, salientando a definição, associais. Ao cortar laços, ao aumentar a distância invisível porque implícita aos outros, aumenta a possibilidade dessa rede, também ela um sistema imunitário, reagir de forma violenta, exilando, emprisionando, ridiculizando quem assim se afasta (é dificil controlar alguém descomprometido). Por isso, o subtil de cada passo, a necessidade de silêncio -- e com quem conversar, uma vez tomada a via? -- a vigilância. Também neste lado da fronteira, Spleen considera que não se pode largar o irredutível mínimo do medo, a parte útil, o alarme biológico que nos relembra que estamos sozinhos. Talvez o medo seja um preço da consciência, talvez mesmo um preço da vida, e como saber sem dar esse último passo irreversível? Queimar o pânico, de perder tudo, todos, de obliterar aquilo que não somos, o assassino que nos deixa imóveis. Depois, o segundo passo.

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