outubro 18, 2010

Rumo

Temos disponível (somos?), no cérebro, um modelo do mundo, uma aproximação cujos detalhes a nossa cultura dá especial valor na interacção com a realidade externa. Apesar dos compromissos e da negociação, para este modelo funcionar fabricamos ilusões e arbitrários vários. Por exemplo, os objectos não têm cor nem cheiro, uma música ou uma voz são ondulações de ar, mas temos palavras, tradições e estéticas para lidar com eles. O 'agora', o 'aqui' e o 'eu' são igualmente peças desse modelo mas não têm um correspondente físico objectivo. Porém, incrivelmente, no seio deste difuso e imenso oceano de padrões e informação, conseguimos navegar com o possível de um rumo.

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