Equilíbrio
A experiência passada altera, ajusta o nosso comportamento. Podemos agir de forma distinta sobre dois casos similares apenas porque integrámos, na nossa mente, as consequências do primeiro. A lei escrita não se comporta assim. É apenas revista após a passagem de vários anos (ou como reacção ao inesperado de uma catástrofe). Isto é uma desvantagem porque dá à lei uma inércia que certos aspectos do mundo não toleram. Mas também é uma vantagem porque, assim, é mais imune a excessos emocionais, traumas, modas passageiras. Neste hesitar de balança talvez resida um argumento em favor da jurisprudência assente numa deontologia concisa, exigente e cega porque justa.
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