maio 22, 2009

Conhecimento

A rede semântica pretende, no futuro, dar mais significado às relações expostas na internet do que as actuais hiperligações da world wide web. A ideia é cada um poder escrever, numa notação apropriada, as propriedades e as relações relevantes entre conceitos, objectos e pessoas. Este mecanismo, a funcionar, facilitaria a criação de conhecimento e a promoção de serviços (melhores buscas, fusão de diferentes ontologias para a descoberta de padrões demasiado subtis ou complexos para os humanos) que, de outra forma, não podem ser obtidos. Há, claro, várias críticas que expõem a excessiva ambição ou, outras, a falta de generalidade do projecto. Se me for possível criar protótipos de conceitos, por exemplo, definir o que faz um dado objecto ser uma cadeira, o que me garante ser esse protótipo aceitável para a noção de cadeira de outro utilizador? Ou, posto de outra forma, será que a intersecção dos nossos protótipos é possível ou, sendo, produz algo não trivial e útil? Havendo incompatibilidade entre famílias agregadas de protótipos, disputar-se-ão as respectivas virtudes e fraquezas entre adeptos como as antigas discussões filosóficas entre ontologias da Antiguidade e da Modernidade, até que uma vença e se torne um standard de facto? Havendo uma linguagem para definir, fundir e, eventualmente, combinar protótipos (uma lógica de ideais agradaria simultaneamente Platão e Aristóteles?) é tentador imaginar a produção de novo conhecimento a partir da experiência codificada entre diferentes mundos de saber. Mas a promessa parece demasiado grande que se consiga, um dia, servir tão grande almoço.

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