janeiro 16, 2007

Transacção

O Dr. Spleen reflecte sobre essa dinâmica da balança a que se designa Estado. Os direitos e deveres negociados entre indivíduos e sociedade não passam de um lado para o outro sem fricção. Este calor produzido e exposto às pessoas, como o do Sol, mostra-se nas mais diferentes frequências e tonalidades. E entre todos os nomes dessa legião habitam sempre aqueles que se mantêm no equivoco da negociação. No fabrico do castelo incompleto a que se designa lei, advogados, juízes e as suas cortes. No seu outro lado, no desafio à fronteira que é o crime, mafiosos, corruptos. Na procura de respostas, sociólogos, economistas, políticos. Mas nem tudo se esgota nesta fricção. Indiferente ao modo como a cegueira dos cidadãos lida e é lidada pela miopia da sociedade, indiferente ao complexo jogo entre liberdades e responsabilidades, numa terra de ninguém, há quem procure apenas, nessa sinfonia de conflitos que nos rodeia, uma melodia, uma imagem, uma ideia ou padrão escondido, um grito.

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