julho 15, 2005

Livre Arbítrio (1/2)

O determinismo genético defende serem os genes responsáveis pelas características dos indivíduos. Diz-nos que a herança genética imprime traços inevitáveis sendo, no máximo, orientados pelo ambiente, pela cultura e por vontade própria. Levada ao extremo (tudo são traços inevitáveis) ninguém acredita nesta interpretação: eu tenho miopia genética mas uso óculos, não para orientar mas para anular este traço; se tenho uma deficiência genética alimentar, posso eliminar a deficiência com uma dieta própria… O extremo oposto (“o ambiente cultural imprime traços inevitáveis sendo, no máximo, orientados pela genética e por vontade própria”) é igualmente falso: a sociedade pode apoiar a gravidez masculina mas isso não ajuda muito aos homens terem filhos (a ser verdade possibilitaria efeitos muito funestos: seria possível arquitectar formigueiros humanos após algumas gerações de engenharia social). Existem traços genéticos que, actualmente, não se podem modificar. Por exemplo, é inevitável envelhecermos (por muito cuidado que tenhamos, por muito pacífica que seja a civilização) e este facto é geneticamente determinado. [cont.]

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