maio 18, 2013

Inércia

Um magnífico resumo e resposta à cansativa resistência da direita conservadora:


O QUE NUNCA ESCREVEREI


No caso da adopção  homossexual, os adversários da tendência têm de provar que casais homossexuais  são sempre um ambiente nefasto para uma criança se desenvolver. Assim mesmo, no geral, porque as leis são gerais. Ora, postas as coisas neste pratos , a tarefa é impossível.
A impossibilidade decorre do principal, e, do meu ponto de vista,  único ,  argumento:  toda  a criança necessita de um pai e de uma mãe. Em Portugal uma pessoa solteira radical pode adoptar, o que, só por si, já parece contrariar o argumento, mas  há mais. Notem:

It is estimated that there are 500,000 children in foster care nationally, and 100,000 need to be adopted.2 But last year there were qualified adoptive parents available for only 20,000 of these children.3 Many of these children have historically been viewed as “unadoptable” because they are not healthy white infants.

Ou seja, dezenas de milhar de crianças ficam sem um pai e uma mãe. Podemos especular por que motivo tantos casais heterossexuais católicos e bem na vida não adoptam estas crianças, mas as coisas são o que são  e já dizia Ratzinger que falta muita Igreja na vida quotidiana. O importante é outra coisa.  Os adversários da adopção gay são obrigados  a dizer isto: é preferível ficar institucionalizado do que ser adoptado por duas mulheres. Dito de outra forma, têm de dizer isto: o superior interesse da criança fica sempre melhor defendido com ela  a crescer numa instituiçao do que com qualquer casal homossexual.
Pode o Estado saber se é melhor ficar institucionalizado do que ser adoptado por duas Marias?  Claro que não. O que o governo pode saber, via  comissões de peritos,  é se cada casal candidato tem ou não condições para adoptar. E pode vetar casais  gays.
Já escrevi mutas vezes e em muitos lugares ( livros, artigos e blogues) que entendo que a família tradicional é a melhor combinação para uma criança crescer. O que nunca escreverei é que para uma criança, qualquer coisa é preferível a ser criada por duas irmãs mais velhas  ou por uma tia e uma avó ( como já aconteceu tantas vezes). O “superior interesse da criança” é o laço humano, não  a irritação pela militância LGBT.

FNV

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