O Pão, não o Circo.
A sociedade é um corpo de corpos a dirigir-se, em tumulto e pandemónio, numa direcção que não sabemos. Para se manter utiliza mecanismos de coesão que lhe garantem continuidade e cujo preço é uma inércia que aprendemos com a idade a amar e odiar. Convenções sociais, ética, comportamentos instituídos e ensinados desde criança, estados de alma e uma grelha de pensamentos apropriados. Uma vasta fábrica de gente. Isto facilita o sentido da acção justa, simplifica a moral vigente, o que se deve fazer ou evitar. Um jogo a justiça. Uma contabilidade de castigos e recompensas, um labirinto de sombras. Nisto o Dr. Spleen observa a vítima, prostada na mesa de cirurgia de um qualquer esqueleto de hospital abandonado. Pensa como tudo isto é reflexo de um corpo humano. O que na pele e sangue é analogia à comunidade? Com que regras jogamos e perdemos? Qual o processo? Como os mecanismos inatos, automáticos, nos levam entre A e B, entre o início e o fim do tempo e da acção. O fim, essa taxa democrática, avizinha-se a todos. Especialmente para alguém, como o padeiro da aldeia, cujo desleixo impensado conduz ao erro e irreversível castigo.
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