O mito da Quimera
A quimera na mitologia Grega era um monstro fêmea, uma mistura de leão, cabra e cobra com
um terrível bafo de fogo. Foi morta pelo herói Belerofonte com a ajuda
de Pégaso, o cavalo alado.
Nas lendas existem vários animais quiméricos, misturas de dois ou mais
animais, como a Esfinge, o Minotauro, os Centauros, as Hárpias... Estas
são instâncias mais velhas do mito do herói e do dragão e, elas
próprias, ecos de mitos ainda mais antigos. Por exemplo, numa imagem de um
tempo Babilónico observamos a luta de uma leão alado com um herói
igualmente capaz de voar [1].
Mas qual o significado do mito, para além do óbvio tropo "herói corajoso
mata monstro assustador" transformado em cliché por tantos livros,
filmes e séries de TV? Ugo Bardi [2] sugere que o mito espelha a perene
luta entre a humanidade e a natureza, entre o desejo de uma ordem para a
sociedade e o medo do caos incontrolável e desconhecido do mundo
selvagem. A relevância deste mito e desta luta, nos dias que correm, é a
vitória esmagadora que os Homens estão a infligir ao nomeado «monstro».
Só que, ironicamente, precisamos do monstro para sobreviver. Sem uma
ecosfera funcional, a Humanidade arrisca-se a desaparecer. Também
Belerofone, o assassino da Quimera, morreu cego, aleijado, miserável.
[1] http://www.unifi.it/surfchem/solid/bardi/chimera/origins.html
[2] http://cassandralegacy.blogspot.pt/2012/06/making-peace-with-our-chimeras.html
[1] http://www.unifi.it/surfchem/solid/bardi/chimera/origins.html
[2] http://cassandralegacy.blogspot.pt/2012/06/making-peace-with-our-chimeras.html
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