Axiomas II
Na Matemática procura-se axiomatizar as disciplinas que a compõem (como a geometria, a aritmética ou as probabilidades). As características que os axiomas têm de possuir são a coerência e a expressividade. Elas focam o aspecto da utilidade da respectiva disciplina (axiomas incoerentes demonstram qualquer coisa e o seu contrário, pouca expressividade amputa a aplicabilidade do sistema) não sendo suposto os axiomas reflectirem alguma verdade subjacente. Assim, certos axiomas não são nada evidentes (e.g., o axioma da escolha) e há disciplinas que usam axiomas opostos (e.g., as geometrias euclidiana e não-euclidianas).
Pode esta atitude ser aproveitada na ética ou na epistemologia? Sejam os dois seguintes axiomas: "Todas as pessoas devem ter direitos iguais" e "Existe uma realidade objectiva". Seguindo o raciocínio anterior, não teriam de ser evidentes mas sim coerentes e expressivos (a expressividade, aqui, corresponde ao que podemos obter com a sua adopção). E se há argumentos fortes a favor da coerência destes axiomas, a evidência histórica é indiscutível em relação às vantagens obtidas do seu uso. O suficiente, creio, para os aceitarmos como axiomas mesmo que, para os mais cépticos ou mais cínicos, eles não se mostrem óbvios.
Pode esta atitude ser aproveitada na ética ou na epistemologia? Sejam os dois seguintes axiomas: "Todas as pessoas devem ter direitos iguais" e "Existe uma realidade objectiva". Seguindo o raciocínio anterior, não teriam de ser evidentes mas sim coerentes e expressivos (a expressividade, aqui, corresponde ao que podemos obter com a sua adopção). E se há argumentos fortes a favor da coerência destes axiomas, a evidência histórica é indiscutível em relação às vantagens obtidas do seu uso. O suficiente, creio, para os aceitarmos como axiomas mesmo que, para os mais cépticos ou mais cínicos, eles não se mostrem óbvios.
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