Escalas
A arqueologia, a linguística e a genética produziram um imenso corpo de evidências que mostram ser o ambiente onde uma cultura se origina e desenvolve, determinante na forma como esta progride e, muitas vezes, no seu destino final. Em muitos casos documentados, a diferença entre ser-se conquistador ou conquistado derivou, em última análise, do local e da época onde se iniciaram as respectivas histórias.
Por exemplo, o isolamento é um factor decisivo sobre a dinâmica de uma dada cultura. Centenas de habitantes num ambiente pequeno não conseguem persistir muito tempo até desaparecerem (como atesta a arqueologia em muitas pequenas e isoladas ilhas) seja por migração, extinção ou extermínio. Comunidades dispersas cujo total atinja os milhares de pessoas a viver em áreas um pouco maiores são capazes de subsistir milhares de anos mas correm o risco de ver o seu conhecimento regredir de novo para o paleolítico, pela incapacidade de manter invenções e outras tradições úteis contra os azares ocasionais da história (como no caso das comunidades nativas da Tasmânia). São precisos milhões de pessoas para o surgimento de nações e o suporte de continentes inteiros para que existam comunidades suficientemente dispersas e redes suficientemente resistentes para que as conquistas do passado não se percam das gerações futuras e possam subsistir noutros locais (a Europa Medieval recuperou as obras dos Gregos graças à civilização Árabe). Estas hipóteses são sustentadas por múltiplos dados históricos e científicos e, como excelente ponto de partida desta tese, podem ser lidos os dois livros de Jared Diamond: Guns, Germs and Steel e Collapse.
Se extrapolarmos para a escala seguinte, quais são as limitações da actual comunidade global de sete biliões num único planeta? Olhando para o presente, a humanidade está a consumir o ecossistema planetário a um ritmo demasiado elevado (como o fizeram, localmente, os Maias, os Anasazi ou as culturas do Crescente Fértil) e esta estrutura social pode estar condenada se não forem aplicadas mudanças sociais e ambientais relevantes. Será que na nossa dimensão ainda existem limites aos problemas que conseguimos resolver? O que poderia construir e solucionar uma comunidade de triliões de pessoas espalhadas por milhares de planetas? Que arte, filosofia ou ciência nasceria de uma rede social de dimensão interplanetária?
Por exemplo, o isolamento é um factor decisivo sobre a dinâmica de uma dada cultura. Centenas de habitantes num ambiente pequeno não conseguem persistir muito tempo até desaparecerem (como atesta a arqueologia em muitas pequenas e isoladas ilhas) seja por migração, extinção ou extermínio. Comunidades dispersas cujo total atinja os milhares de pessoas a viver em áreas um pouco maiores são capazes de subsistir milhares de anos mas correm o risco de ver o seu conhecimento regredir de novo para o paleolítico, pela incapacidade de manter invenções e outras tradições úteis contra os azares ocasionais da história (como no caso das comunidades nativas da Tasmânia). São precisos milhões de pessoas para o surgimento de nações e o suporte de continentes inteiros para que existam comunidades suficientemente dispersas e redes suficientemente resistentes para que as conquistas do passado não se percam das gerações futuras e possam subsistir noutros locais (a Europa Medieval recuperou as obras dos Gregos graças à civilização Árabe). Estas hipóteses são sustentadas por múltiplos dados históricos e científicos e, como excelente ponto de partida desta tese, podem ser lidos os dois livros de Jared Diamond: Guns, Germs and Steel e Collapse.
Se extrapolarmos para a escala seguinte, quais são as limitações da actual comunidade global de sete biliões num único planeta? Olhando para o presente, a humanidade está a consumir o ecossistema planetário a um ritmo demasiado elevado (como o fizeram, localmente, os Maias, os Anasazi ou as culturas do Crescente Fértil) e esta estrutura social pode estar condenada se não forem aplicadas mudanças sociais e ambientais relevantes. Será que na nossa dimensão ainda existem limites aos problemas que conseguimos resolver? O que poderia construir e solucionar uma comunidade de triliões de pessoas espalhadas por milhares de planetas? Que arte, filosofia ou ciência nasceria de uma rede social de dimensão interplanetária?
Sem comentários:
Enviar um comentário