janeiro 19, 2009

Fronteira

O que é nosso no domínio da mente? O que faz uma ideia, um argumento, uma crença ser minha ou tua? Que diferença há entre o original e o aprendido? Por exemplo, as palavras que uso, a gramática que as arruma, foram-me ensinadas e são a partilha que nos une. As frases que escrevo são minhas. Mas entre elas e a informação lá contida, onde se desenha a fronteira da originalidade? Excepto do trivial de um plágio, o que dizer de usar a estrutura de um mito ou de uma história universal? Se reescreve-se Romeu e Julieta ou o Quixote a partir de que arte ou de que diferenças passaria a ter mérito nessa obra revisitada? Na complexa rede de ideias e conceitos, como julgar onde se cruzam a recriação e o inexplorado?