O inferno não são os outros
A noção de Vida é um assunto que os biólogos têm cuidado a tratar. Conhecemos apenas um exemplo de vida (esta nossa, baseada no carbono e no ADN) e, por isso, os especialistas evitam apontar condições necessárias para que algo esteja vivo e preferem falar de condições suficientes à vida. Desta forma, não caem no erro de criar uma definição demasiado restrita e preocupam-se apenas em incluir o que entendemos serem seres vivos aqui na Terra. Grosso modo, as condições suficientes dizem que um ser é considerado vivo se possuir metabolismo (i.e., capacidade de processar energia vinda do exterior usando-a na sua manutenção e dissipando os restos) e seja capaz de se reproduzir (criando uma cópia sua, cuja qualidade dessa cópia é proporcional à possibilidade de sobrevivência pelo mecanismo da selecção natural). Curiosamente, olhando para estas condições de forma estrita, um animal ou vegetal sexuado que seja o último da sua espécie ou que se encontre irremediavelmente isolado, apesar de conter uma comunidade de seres que satisfazem os critérios (células, bactérias, fungos, parasitas...), não poderia considerar-se vivo.
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