Contrato
Como o corpo admite o domínio da mente? O corpo é uma legião de processos paralelos, simbioticamente ligados numa eficiência a roçar o milagre. A mente é um soluçar sequencial originário do discurso de várias máscaras contraditórias e que controla o enorme paralelismo neuronal de um cérebro humano. Como foi possível, no início, esta ocupação? Agora, imersos os corpos neste caldo de ideias, normas e hábitos, esta mistura de racionalidade e superstição, nesta tirania das pessoas, o animal aqui dentro, asfixiado numa elaborada burocracia de restrições, projectado num ápice evolutivo das savanas para a matriz, é apenas um mal necessário, um eco de um compromisso que ainda e só é útil por manifesta falta de melhor opção.
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