Soma nula
O presidente da produtora pornográfica estava a ser espancado por Dabila e Kong júnior numa peculiar sala espelhada (Kong sénior encontrava-se no exame de Filosofia de acesso à Universidade, não para entrar num curso, mas para sentir nos outros - a sugestão do Dr. Spleen - o contraste entre a tensão fluída das respostas e a calma frígida das perguntas). O reflexos, os reflexos desses reflexos e a iteração permanente dos espelhos, multiplicavam ao limite do infinito a referida cena. A isto responde Spleen com um pensamento sobre a pertinência da moral num Universo infinito. Qualquer evento, com probabilidade maior que zero de ocorrer, num Espaço-Tempo não finito, é certo que aconteça. Assim, todas as combinações do planeta Terra são admissíveis e terão ocorrido, ocorrem ou irão ocorrer vezes sem conta. Mais que um Eterno Retorno, são todos os Mundos Possíveis a conviver juntos na mesma realidade. Se tudo existe de que serve uma acção moral? Boa ou má nunca impedirá globalmente o seu contrário. A soma de positivos e negativos (mesmo assumindo uma contabilidade comum que nos partilhe) será nula e qualquer evento por nós reproduzido contribuirá apenas um infinitésimo num somatório infinito, um testemunho à nossa acção não tomada, incapaz de alterar o rumo dessa tal balança que desejamos acreditar.
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