junho 14, 2007

Narrativas

[«] Não ficaria muito surpreendido que um computador, como os que conhecemos hoje em dia, fosse incapaz de executar um programa equivalente a uma mente humana (apesar de não ver como se possa demonstrar uma afirmação destas). Até agora a comunidade científica da IA tem falhado nesse objectivo: os passos dados parecem ser demasiado pequenos há demasiado tempo. Explicar a mente com uma teoria não construtiva, para este efeito, também de pouco serve: as narrativas usadas não fornecem meios para replicar o que se tenta explicar. Que Dennet refira a consciência como uma dinâmica organizada sobre a sequencialização tardia de um cérebro muito antigo e massivamente paralelo, tem um cunho de razoabilidade (falarei mais disto nos posts seguintes) mas dificilmente serve de base na criação de um «computador pensante». Muitas outras metáforas da literatura sofrem do mesmo problema. O ponto que quero deixar (por enquanto) no ar é que talvez não haja necessidade dessa equivalência para termos uma ferramenta a que, largando razoavelmente alguns preconceitos, não possamos chamar de consciente.