fevereiro 22, 2007

Mensageiro

No riso uma semente de esquecimento. O humor é um ácido universal na sua capacidade de dissolver até a ideologia mais regimentada. Nas suas faces, da ironia, da farsa, da sátira, um universo de alternativas que eclipsam o original que as motivou. O Dr. Spleen não tem qualquer preferência por maltratar palhaços apesar do terror que aquelas máscaras, na sua frontalidade disponível, lhe marcaram a infância. Os dois que agora e aqui se encontram estão deitados num início de sangue, obrigados a esfregar, no chão, as tintas coloridas das suas caras. Enquanto Dabila e Kong júnior se atarefam com seriedade protocolar no concluir da sua missão, Kong sénior ri-se no suposto ridículo que observa. Como se o humor que pretende emanar um profissional do humor não lhe pertencesse, como se a máscara que não esconde fosse apenas o catalizador do contexto que, num acaso ou intenção, os empurra ou esmaga.

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