março 27, 2006

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Um tabuleiro entre os Kong. O bispo empurrado a substituir o cavalo branco. As horas passam. O Doutor Spleen, que na sua juventude atravessou os imensos territórios eslavos, deixou passar em silêncio oito jogadas decisivas e dois xeque-mates. Distraí-se a pensar na metonímia daquelas duas mãos como o seu exército de xadrez (e imagina-o branco). Já ao Inspector Rousseau vê-lo como uma torre negra a defender a inércia burocrática de um governo normal. A verdade é que antes de consolidar este pensamento, a sua mente labiríntica imaginou-o como a rainha branca e quase estremeceu com as possibilidades explicativas que isso provocaria. Quase. Porque o controle que Spleen detém sobre o seu próprio corpo só pode ser equiparado à obsessão que tem sobre o objectivo inconfessado da sua vida.

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