fevereiro 02, 2006

Genética

Ler é uma aptidão adquirida de complexidade prodigiosa mas isto não é motivo para ser céptico sobre a possível existência de um gene da leitura. Tudo o necessário para estabelecer um gene da leitura é descobrir um gene da não-leitura, por exemplo um gene que induza uma lesão cerebral que cause uma dislexia específica. Uma pessoa com esta dislexia poderia ser normal e inteligente nos restantes aspectos excepto que não conseguiria ler. Claro, o gene apenas produz o seu efeito num ambiente que inclua uma educação normal. Na pré-história este defeito poderia não ter qualquer efeito detectável ou talvez resultasse num outro efeito (como a incapacidade de interpretar pegadas animais). No nosso ambiente civilizado seria chamado um gene da dislexia, dado ser a dislexia a sua consequência mais saliente. De igual forma, um gene que cause cegueira também impede a leitura mas não seria útil vê-lo como um gene da não-leitura porque não permitir ler não é o efeito fenotípico mais óbvio ou debilitante - «The Extended Phenotype», Richard Dawkins

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