dezembro 14, 2004

Pós-M

(Traduzido do livro Straw Dogs de John Gray)

Os pós-modernos dizem não existir o conceito de Natureza, mas apenas o mundo flutuante das nossas próprias construções. Tudo relacionado com a natureza humana é recusado como dogmático e reaccionário. Vamos colocar esses falsos absolutos de lado, dizem os pós-modernistas, e aceitar que o Mundo é o que dele fazemos.

Os pós-modernos mostram o seu relativismo como um tipo superior de humildade - a modesta aceitação que nunca poderemos afirmar ter a verdade. De facto, a negação pós-moderna da verdade é o pior caso de arrogância. Ao negar que o mundo natural existe independentemente das nossas crenças sobre ele, os pós-modernos estão implicitamente a rejeitar qualquer limite às ambições humanas. Ao tornar as nossas crenças o árbitro final da realidade, estão efectivamente a afirmar que nada existe a não ser através da nossa consciência.

A ideia que não existe tal coisa como a verdade pode estar na moda, mas não é novo. Dois mil e quinhentos anos atrás, Protágoras, o primeiro dos sofistas Gregos, declarou o "Homem como medida de todas as coisas". Ele queria dizer o indivíduo humano não a espécie, mas as implicações são as mesmas. Os humanos decidem o que é real e o que não é. O pós-modernismo é apenas a mais recente variação do antropocentrismo.

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