Diferenças
Os dias correm e limitamo-nos a correr atrás deles. Passamos o tempo a reagir perante o mundo, somos solucionadores de uma sequência infindável de pequenos e grandes problemas. Aprendemos e planeamos para melhorar as respostas, reagimos em conformidade, gerimos as crises dos erros cometidos. Deste limitado ponto de vista, o que nos destingue? Qualquer animal relativamente evoluído é capaz de reagir, aprender, planear. Não é difícil observar uma progressão de capacidades desde os répteis até aos mamíferos, dos Primatas aos Humanos. Deste limitado ponto de vista, existe uma diferença quantitativa do Homo Sapiens em relação às restantes espécies: aprendemos mais, planeamos melhor, aperfeiçoámos a linguagem com a invenção da escrita, construímos sociedades e culturas mais complexas.
Existe igualmente uma diferença qualitativa: a consciência do eu, a análise dos próprios comportamentos, a capacidade de auto-crítica. Esta diferença não serve para responder a perguntas mas para questionar essas mesmas perguntas. Sem ela, é conveniente aceitar a moralidade imposta pela sociedade. É preferível não reler o que já vem acompanhado por algo parecido a uma resposta. É fácil acreditar no branco/preto, no que nos dizem que é certo ou errado, no bom e no mau, o que deve ser ou não censurado.
É verdade que para vivermos em democracia existe a aceitação implícita de um contrato social: cada um de nós transfere um pouco dos seus possíveis para vivermos segundo um padrão de direitos partilhados. Mas nesta transferência não se tem de passar o "eu" para a sociedade. A Ética individual não se esvai na moral actual (que tanto muda). A crítica não tem de parar na convenção do que é errado. O olhar não deve reflectir-se no verniz dos preconceitos. Esse esforço, o esforço que realmente nos destingue dos animais é nosso, nunca dos outros. É um preço demasiado alto a pagar quando decidimos encher de ócio, tédio ou ódio o que nos sobra destes dias que tanto correm.
Existe igualmente uma diferença qualitativa: a consciência do eu, a análise dos próprios comportamentos, a capacidade de auto-crítica. Esta diferença não serve para responder a perguntas mas para questionar essas mesmas perguntas. Sem ela, é conveniente aceitar a moralidade imposta pela sociedade. É preferível não reler o que já vem acompanhado por algo parecido a uma resposta. É fácil acreditar no branco/preto, no que nos dizem que é certo ou errado, no bom e no mau, o que deve ser ou não censurado.
É verdade que para vivermos em democracia existe a aceitação implícita de um contrato social: cada um de nós transfere um pouco dos seus possíveis para vivermos segundo um padrão de direitos partilhados. Mas nesta transferência não se tem de passar o "eu" para a sociedade. A Ética individual não se esvai na moral actual (que tanto muda). A crítica não tem de parar na convenção do que é errado. O olhar não deve reflectir-se no verniz dos preconceitos. Esse esforço, o esforço que realmente nos destingue dos animais é nosso, nunca dos outros. É um preço demasiado alto a pagar quando decidimos encher de ócio, tédio ou ódio o que nos sobra destes dias que tanto correm.
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