Sedna, ou, Como se passa de 9 para 8 planetas descobrindo outro
Sedna é o objecto mais distante do Sistema Solar jamais observado (a imagem da esquerda mostra a orbita do planeta em relação ao resto do sistema solar). A temperatura estimada à superfície deste corpo celeste é tão baixa (cerca de -240ºC) que o nome escolhido no baptismo foi a da deusa (imagem da direita) das criaturas marinhas dos esquimós Inuit.
A sua descoberta veio equacionar novamente qual a definição de planeta. Este conceito pode ser analisado sobre diversos critérios: 1) Um planeta é um corpo esférico? O Sol também é, (2) É um corpo que absorve mais energia do que aquela que emite? Nesse caso, Júpiter e Saturno não seriam planetas. (3) É um corpo com uma massa dentro de um intervalo [X,Y]? Esta parece ser a forma "menos má" de classificar planetas. Por um lado temos o problema das fronteiras (e se aparece um corpo com X menos 1 grama? Já não é planeta?) bem como existirem satélites maiores que corpos ditos planetas (por exemplo, a Lua é maior que Plutão).
Este conceito não é essencial para a Ciência mas é conveniente haver um termo relativamente objectivo para classificar os corpos do Sistema Solar (planetas, satélites, planetoides, asteroides...). Muitos cientistas consideram que Plutão não é um planeta (bem como Sedna). A descoberta de Sedna vem colocar novamente a questão que não são dez os planetas que orbitam em redor do Sol, nem sequer são nove, são oito.