Seis meses de ruminações
Fora aqueles que o fazem por motivos premeditados, manter um blog é uma actividade que oscila entre o prazer de um passatempo e a paciência de um cultivo. Torna-se comum encontrarmo-nos a pensar num tema, a ler uma ideia ou a trabalhar uma frase para estas notas acumuladas semanalmente. Pára-se o resto para escrever as fugidias palavras que receamos perder, finge-se atenção enquanto se lapida mentalmente o post de amanhã. Outras vezes, simplesmente, falta o motivo para continuar. Porque terminam metade dos blogs ao fim de um semestre? Não sei, mas talvez seja consequência da tensão entre o acto narcísico de expor aquilo que achamos interessante, estético (e que nos espelha para os outros) e a autocrítica sobre essa exposição. Uma prolonga (por vezes penosamente) o esforço enquanto outra questiona a validade do mesmo. Quando não há tensão ou o blog termina ou prossegue soterrando aquilo que merece a pena ser visto, lido, relembrado. Neste aspecto suponho ser semelhante ao ser-se escritor, que como alguém disse não é por aprender palavras novas que estes se fazem, é por haver coisas a dizer.
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