dezembro 29, 2003

Utopias

Com o passar dos Séculos certos lugares imaginários perdem-se na memória e sobrevivem apenas nas páginas ou nos quadros que reflectem um passado (quase) morto. Apesar de todos sabermos o que é o Carnaval, já poucos sabem o que foi a terra da Cocanha. Numa Europa medieval caótica e violenta, onde a esperança da vida eterna era espartilhada pela rígida moral católica, a imaginação funcionava como mecanismo de compensação. Foram criadas geografias fantásticas como o reino do Prestes João, a Terra Australis, Hi Brazil ou a Cocanha, uma terra maravilhosa de abundância, de prazer e de esquecimento. Um local onde os ocasionais dias das festas eram multiplicados por todos os dias do ano. Uma utopia destinada a esquecer quase esquecida.

O País da Cocanha - Peter Breugel (o velho)

ps: O livro Baudolino do Umberto Eco é uma óptima viagem por estas geografias imaginadas.