fevereiro 13, 2008
fevereiro 07, 2008
Ritmos
O maior excesso encontra-se na perfeita banalidade. Os rostos parados da multidão que o atravessa, símbolos de um tempo que se esvai, de um espaço, de um caminho já explorado, de um hábito criado na iteração do mesmo. Os gestos de ontem, as ideias, velhas, partilhadas por todos, os preconceitos que substituem o pouco que resta às - das - pessoas. O Dr. Spleen reconhece que não é possível cultivar a inexistência de padrões (até porque essa falta seria, ela mesma, um padrão de ausência. Um ciclo de novidades não deixa de ser um ciclo). Por isso, prefere-os distantes dos apetites mais próximos, servindo como testemunhas, ou melhor, como árbitros de um presente que serve e se prepara, criticamente, para observar com novos olhos (melhores olhos?, talvez, mas Spleen não é muito dado a atribuições de valor, interessando-lhe que a mudança se faça na direcção da estratégia que o define) o futuro que se avizinha. Um rosto não deveria ser um molde do que acontece lá fora, mas uma superfície espelhada que encerra o que vem de dentro.
Por João Neto às 21:56 0 comentário(s)
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