agosto 27, 2003

Sementes

A nossa TV não me deixa de surpreender. Normalmente, eu diria que é uma boa coisa surpreender-me, mas neste caso... O fosso do mau gosto continua a escavar-se sem nenhum respeito pelos recordes anteriores. A TVI esmaga-nos com o seu poder criativo de produzir telenovelas atrás de telenovelas e de misturar anúncios com notícias e ficções. A SIC arrasta um conjunto de programas de mau gosto (onde se inclui o Herman) que servem de viveiro para a criação de personagens inarráveis misturas de misticismo e de "espectáculo". A RTP1, mesmo assim, tem-se aguentado numa profundidade aceitável desse mau gosto. Esta TV que nos dão (será que a merecemos?) numa mistura subtil de estupidez e de seriedade, onde nos levará? Ou melhor, onde queremos nós ir com ela? Com a capacidade formativa sem igual aliada à gestão progressivamente uniformizadora dos conteúdos televisivos, faz com que a sua importância como "fábrica" de cultura das massas seja imensa! ("Marx ainda não tinha visto nada" - diz-se num cartoon do Calvin&Hobbes). Ela deixa na mente colectiva de um povo (ou povos, se pensarmos que no resto do Ocidente a coisa está na mesma) potenciais sementes nada agradáveis. Quem referiu que quanto maior a simplificação do discurso, mais amplo é o público que o assimila e que nele se revê?

agosto 22, 2003

As melhores palavras

Não são poucas a vezes que acho que deviamos ter tido na escola secundária uma disciplina que focasse a "Arte da Palavra Adequada", i.e., num dado contexto, num dado momento, ter a capacidade de escolher a palavra certa. Dar-nos-ia mais golpe de asa (será esta a melhor expressão?) e talvez melhorasse o sentido de humor nacional. Evitaria a maioria dos supers, ultras, fabulosos, extraordinários, "melhores do mundo", nuncas e "de sempre" que populam as TVs, os jornais e os anúncios... Talvez também prevenisse alguns termos infelizes em tempo real ditos por políticos e mesmo por futebolistas (lá vai o meu optimismo). Um primeiro exercício nesta disciplina seria encontrar um termo que a identificasse: Parabologia?

agosto 19, 2003

Ambiente

Os fogos tiram-nos o país das mãos... São um instrumento na luta que fazemos contra nós próprios enquanto espécie. Por cada hectare destruído, por cada espécie de vegetal ou animal que se fragiliza, somos nós que nos fragilizamos. Cada espécie só existe num determinado ambiente. Quando esse ambiente desaparece, as probabilidades são que essa espécie desapareça também (principalmente a esta velocidade). Quando os "fanáticos" ecologistas salvam uma árvore, um panda ou uma baleia, ajudam a salvar o Homem.

Retornos

Terminada a viagem, começa a gestão das memórias...


O Tempo, esse grande escultor!