julho 31, 2008

Imagens

À medida que a Ciência se desenvolveu no século XX tornou-se cada vez mais claro que as imagens e os modelos físicos que usamos para tentar compreender fenómenos em escalas para lá dos nossos sentidos, não são mais que muletas para a nossa imaginação e só podemos dizer que um fenómeno se comporta, por exemplo, como uma corda vibrante e não que é uma corda vibrante. Dependendo das circunstâncias, é possível que várias pessoas usem diferentes modelos para representar um mesmo fenómeno, mas que cheguem às mesmas predições e resultados baseados na matemática de como o fenómeno responde a determinados estímulos. Não podemos dizer que a luz é uma onda ou uma partícula mas sim que, dependendo da situação, a luz comporta-se como uma onda ou como uma partícula. John Gribbin - Science, A History

julho 30, 2008

O Fim do Destino

Quatrocentos anos de avanços científicos e filosóficos, desde o Renascimento, passando pelo Iluminismo até aos dias de hoje, destruíram a solidez de muitos dogmas e das instituições que deles se alimentavam. As pessoas que eram tratadas como eternas crianças, como robots no trabalho e prenhos de muitos filhos, viram-se, lentamente, livres dos destinos que outros lhes achavam apropriados. O preço a pagar foram as opções por tomar, o fim dessa vida pré-fabricada, o repensar de muitos preconceitos. Quando se abre uma comporta, tanto entra água límpida como muitos tipos de água suja.

julho 21, 2008

Passagem

A vida é uma janela a separar dois imensos nadas. A falta do mundo antes de nascer é a mesma depois da morte. No meio faz-se cor e som e luz. Faz-se dor e prazer, pensamentos e medos, um embrulho de gente, nomes e memórias, razões e impulsos, o belo e o terrível, o deslumbrar e o tédio das coisas. Uma lenta explosão até voltarmos ao seio do abismo que como que nos embala.

julho 15, 2008

Separação

Usar as características - reais ou imaginadas - de um grupo para julgar e agir sobre um seu individuo é moralmente errado. Este corolário da regra de ouro, infelizmente não reconhecido por muitos, é díficil de perceber até onde deve ser levado. Para uma pessoa, alguém racista, xenófobo ou sexista é um insulto continuado contra o Outro que somos todos. Mas e ser-se especista? Ou favorecer este em desfavor de outro por motivos de amizade, família ou grupo profissional? Quão desligados devemos ser dessa rede social que nos faz para que sejamos justos?