fevereiro 18, 2013

Alternatives

Evidence for a model (or belief) must be considered against alternative models. Let me describe a neutral (and very simple) example: Assume I say I have Extra Sensorial Perception (ESP) and tell you that the next dice throw will be 1. You throw the dice and I was right. That is evidence for my claim of ESP. However there's an alternative model ('just a lucky guess') that also explains it and it's much more likely to be the right model (because ESP needs much more assumptions, many of those in conflict with accepted facts and theories). This is a subject of statistical inference. It's crucial to consider the alternatives when we want to put our beliefs to the test.

fevereiro 14, 2013

Unpacking faith

Guy Plowman: "I have faith in science because it has been consistently useful in helping me to navigate the physical universe." 

Don't you have instead confidence in Science? I think sometimes we overuse the word 'faith'. Eg, I don't have faith in my wife, I trust her. I don't have faith in my daughter's future, I hope she'll do fine. I prefer to reserve 'faith' where it's used to describe that belief that gets stronger especially when the evidence is overwhelming against it. Let me quote Jesus on this one: "I assure you, if you have faith and don't doubt, you can do things like this and much more. You can even say to this mountain, `May God lift you up and throw you into the sea,' and it will happen." (Matthew 21:21) That's the faith I'm talking about!

fevereiro 11, 2013

Never ending stories

Arguments and topics that consider data as irrelevant become exercises is Aesthetics, which is not intrinsically bad but might turn into a never ending discussion. On the other hand, I'm not sure we should easily dismiss a good argument that goes against current evidence. Perhaps the evidence is not good enough, and the argument can show new ways to search for new knowledge. Heliocentrism comes to mind.

fevereiro 07, 2013

Reification

Colors are in the eye of the beholder. For a bat-like agent there are no colors. However, for him there are sonar textures that he would also consider universal properties of the world. Colors, sounds, smells are just names describing the different ways our primate brains process sense data. Which, by the way, is an amazingly restricted subset of all possible data that can be sensed. Something similar happens with numbers. What I see as one wall, another sees a lattice of bricks (are lattices also universal properties?). What we see as one person, a virus «sees» as a population of cells with no well-defined boundary.

fevereiro 04, 2013

Livre Arbítrio e Dores de Cabeça

O que têm as dores de cabeça a ver com o livre arbítrio? Ora bem, eu tenho uma valente dor de cabeça e estou em casa, em silêncio, na esperança dela se ir embora. Tocam à porta. É o meu vizinho a pedir-me uma cebola para o refogado. Falo da maleita que me aflige e logo começa a argumentar que as dores de cabeça não existem. Elas não são detectadas nas ressonâncias magnéticas, não existem modelos científicos que as justificam (imaginemos que é verdade) e etc e tal. É uma ilusão, afirma. E assim aplica todo o seu arsenal argumentativo e o vasto conhecimento científico sobre o assunto (imaginemos que é neurologista) nesta sua posição. O que ganho com tudo isto para além de me aumentar ainda mais a dor de cabeça?

Uma dor de cabeça pode ser um fenómeno 100% mental, uma forma da mente interpretar um determinado estado do cérebro ou nem isso. O que significa afirmar que as dores de cabeça não existem porque não interagem, para todos os efeitos práticos, com o mundo exterior? Se eu acredito que tenho uma dor de cabeça, não me faz isso ter uma dor de cabeça? O que se pode argumentar contra o óbvio da própria experiência mental de ter uma dor de cabeça?

É-me atraente fazer a analogia com o livre arbítrio. Se o livre arbítrio for também ele um fenómeno 100% mental, se eu achar que o tenho não me faz isso tê-lo? Estas duas situações são totalmente diferentes de afirmar que se eu acho que compreendo Teoria Quântica então eu sei Teoria Quântica. Nos primeiros casos apenas é necessário introspeção. No caso da Teoria Quântica é necessário validação. Lá por me convencer que compreendo os fundamentos da Física subatómica não significa que consiga desenvolver investigação na área ou sequer resolver os exercícios mais simples de um livro introdutório sobre o assunto. A convicção de eu saber algo sobre o mundo externo só é justificável se realmente for capaz de interagir em conformidade com as crenças que alimento.

Mas isso não acontece tanto na dor de cabeça como no livre arbítrio. Pelo contrário, sendo processos inteiramente introspetivos, que ocorrem e só fazem sentido no interior de cada mente, dificilmente o mundo externo tem algo a dizer sobre o assunto. Para o mundo exterior, saber se um agente acredita que tem livre arbítrio apenas é relevante como informação que ajuda a explicar ou a prever o seu comportamento. Em termos ontológicos esta crença, bem como a de ter dores de cabeça, é inconsequente, nada adiciona nada retira.

O cartoon seguinte poderá fazer sentido do ponto de vista externo, mas não do ponto de vista interno. As únicas ilusões que eu posso alimentar são ilusões sobre o que se passa lá fora. Cá dentro, no labirinto de crenças internas que alimento e me alimenta, a crença de ter algo -- uma dor de cabeça, medo das alturas, amor à minha família, ansiedade, nostalgia, livre escolha -- é esse algo.