junho 27, 2011

Who’s Afraid of the Naturalistic Fallacy?

David Hume provided the classical statement of the view that moral values are the product of certain natural human desires. Hume argued that human behaviour is a product of passion and reason. Passions set the ends or goals of action; and reason works out the best available means of achieving these ends. Under this view, passions determine what humans find agreeable, desirable and valuable. Values are projected onto the world of objects and events by the passions in much the same way that colors are projected onto the world by the visual system. For this reason, Hume is said to have a subjectivist or projectivist theory of value. Whereas Hobbes argued that natural human passions were entirely selfish and that morality was an artificial invention, Hume argued that human nature included some passions – such as familial affection, sexual fidelity, sympathy and pride -- that promoted the common good. Hume called these moral passions, and argued that they constituted the basis of human morality.

[...] Although Hume’s theory is primarily a meta-ethical account of the nature and ontological status of morality, it segues into normative or substantive ethics in the following way. The ends supplied by the passions provide the first premises of chains of means-end reasoning. [...] It follows from this view of human psychology – and in particular, from this instrumentalist account of reason – that, in the absence of any passions, desires, or ends, reason alone cannot tell you what you ought to do. [...] one cannot go on justifying statements forever, one must come to a stop somewhere. And where one comes to a stop constitutes one’s meta-ethical theory. Theologians stop at divine commands, relativists stop at social conventions, Humeans stop at certain passions.

[...] The Humean-Darwinian argues that humans are equipped with a suite of adaptations for cooperation, that these adaptations constitute what have been called the moral passions or moral sentiments, and that these adaptations determine what people deem morally good and bad. If one accepts this argument, it makes no sense to complain that evolution may have explained why humans find certain things morally good, but it cannot tell us whether these things are really morally good or not. It follows from the premises of the argument that there is no criterion of ‘moral goodness’ independent of human psychology, and hence this question cannot arise.

Oliver Curry, Who’s Afraid of the Naturalistic Fallacy?, Evolutionary Psychology, 2006. 4: 234-247 [pdf]

junho 23, 2011

Math Doodling


Vi Hart - Mathemusician

junho 21, 2011

Domínio

Nem tudo é política. Existe um domínio do privado que faz parte dos direitos fundamentais e que a gestão da coisa pública não tem jurisdição.

Nem tudo é ética. Se o fosse, como respeitar o princípio da imparcialidade no que toca ao irredutível dos nossos filhos?

junho 15, 2011

Um rio de ideias

A nossa mente é uma torrente caótica e inesgotável de pensamentos tenuamente relacionados. Exceptuando as situações excepcionais (como, por exemplo, em perigo de vida) não conseguimos manter a concentração numa única ideia sem que esta seja cercada por dez outras ideias mais ou menos relevantes. E cada pensamento é, dentro do estado fisiológico do cérebro e até onde a nossa ciência nos leva, irredutivelmente ligado a todos os outros, dependendo das concentrações químicas e eléctricas do nosso corpo, do que foi dito ou visto ou lembrado no instante anterior, na intenção, no desejo ou na memória não relacionada que nos atravessou por momentos. E todos prontos a serem levados nesta torrente que nos faz.

junho 10, 2011

Relevância

Os meus genes, a minha infância e a minha educação seriam sempre muito mais importantes que a conversa da treta sobre almas e livres arbítrios. Eles são factores críticos na forma como nos comportamos. Mas torna-nos isso menos responsáveis pelos nossos actos?

junho 06, 2011

Viagens

Uma maravilhosa curta de Chris Abbas baseada nas imagens da missão Cassini a Saturno.

CASSINI MISSION from cabbas on Vimeo[via Astro.PT].


Outra curta, de Semiconductor, baseado nas imagens do satélite solar STEREO, onde se pode observar a dinâmica do Sol.

Black Rain from Semiconductor on Vimeo.

junho 01, 2011

Moral Push vs. Moral Pull

Robert Nozick, na sua obra Philosophical Explanations, distingue e discute dois aspectos da ética que denomina moral push e moral pull. Uma tradução possível para estes termos: acção moral e necessidade moral.
Moral Push foca-se sobre as acções realizadas pelo agente moral e tem como objectivo mostrar que as acções morais são melhores, para o agente, que as acções imorais. Esta área da ética tem a sua origem histórica em Platão e Aristóteles. A acção está separada da necessidade moral e não pode ser fundada nesta. No entanto, Nozick defende que existe um custo nas acções imorais. Uma vida imoral é menos valiosa que uma vida moral. Uma pessoa imoral é menos valiosa que uma pessoa moral. Esta é uma posição análoga à noção indiana do Karma, despida de aspectos metafísicos.
Este valor é uma propriedade resultante da consciência, do ser pessoa (Nozick tenta intuir uma métrica através de cálculos complexos e não muito interessantes). As pessoas têm um valor intrínseco mínimo (de certa forma, descriminado nos direitos fundamentais e defendido pela necessidade moral de os respeitar) mas que pode variar consoante o respectivo comportamento ético.
Moral Pull foca-se sobre as necessidades morais exigidas às pessoas. O seu objectivo é encontrar a «base moral» que fundamenta e justifica estas restrições. A sua origem histórica deriva da cultura Judáica, nomeadamente do olhar para o homem como especial aos olhos da divindade. Para Nozick essa base moral é «o eu activo», i.e., o agente consciente que deseja e procura valores (a self seeking value), em resumo, uma pessoa. Uma restrição à acção será evitar danificar qualquer pessoa nas suas características essenciais (ou procurar a preservação máxima de uma sociedade de pessoas, se quisermos ver esta questão de um ponto de vista utilitário). Nas palavras de Nozick: «Treat someone (who is a value-seeking I) as a value-seeking I». Esta perspectiva é similar à proposta por Kant, de considerar cada pessoa como um fim, e não apenas como um meio.
Segundo Nozick existe harmonia moral quando as acções morais são, pelo menos, tão grandes como as necessidades morais. Caso contrário ocorre um vazio moral [cf. pg. 409].